03/04/2017


John Carter foi um imenso poço de referência de diversos filmes, séries, livros, videogames e até mesmo na definição nos dias de hoje do género. No caso de filmes, obras como Star Wars, Duna e até mesmo o gigantesco êxito de Avatar devem muito a Edgar Rice Burroughs pela arrecadação de influências e genes. Talvez seja por esta desconfortável posição perante tanto material já adaptado que transformou John Carter numa fita insatisfatória e um tremendo fracasso de bilheteria.
É justamente esse mérito de ser tão reverenciado, isso justifica também o fracasso nas bilheterias de Ghost in the Shell. Dentre muitos fãs estavam as irmãs Wachowski, que se inspiraram no anime para dar o tom visto na trilogia que as lançou ao estrelado, Matrix. Em termos estéticos, é possível observar essas influências de cara na direção de arte, com a utilização na trilogia de elementos que enfatizam a presença da tecnologia como determinante do cotidiano da sociedade retratada na Matrix.
A fotografia dos filmes das Wachowski também bebe da fonte do anime de Oshii. Logo no início, a hoje icônica “chuva de números” verdes que abre os filmes é quase uma cópia dos créditos iniciais de “O fantasma do futuro”. Ao longo da trilogia, muitas foram as cenas do anime usadas como referência para a coreografia das cenas de luta e como elas seriam apresentadas visualmente, fato esse comentado pela equipe do filme em extras e entrevistas da época. Não precisamos nem dizer que Matrix acabou ditando a moda dos filmes de ação no ínicio do século XXI.
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell, naturalmente, sofre com tal questão, por mais que sua excelente campanha de marketing tenha tentado vender de todas as maneiras a produção ao espectador. Toda a sua narrativa e artifícios são nos familiares, criando assim uma espécie, todavia injusta, sensação de déjà vu. É perceptível também que retiraram muito dos aspectos introspectivos da versão em anime e colocaram um começo que lembra a trama de Blade Runner. Mesmo com um roupagem bem mais pop, o filme acabou não agradando ao grande público. Resultado disso? É vermos o sucesso de uma animação genérica chamada Poderoso Chefinho. Uma pena já que obra poderia levar a muitas caminhos se pudesse levar a frente como uma franquia. Ghost in the Shell faturou US$ 19 milhões no fim de semana. O orçamento do filme foi de US$110 milhões.


Confira abaixo o ranking estimado dos dez mais rentáveis do fim de semana (valores em milhões de dólares) nos EUA, de acordo com o Box Office Mojo. As estreias aparecem em amarelo:
Pos.
Filme
Bilheteria 
(24-26/3) 
Bilheteria Total
Custo
1
O Poderoso Chefinho
$49$49-
2
A Bela e a Fera
$47,54$395$160
3
 A Vigilante do Amanhã
$19$19$110
4
Power Rangers
$14,5$65$100
5
Kong: A Ilha da Caveira
$8,8$147$185
6
Logan
$6,2$211$97
7
Get Out
$5,8
$156$4,5
8
Vida
$5,6$22 $58
9
CHIPs
$4 $14,36$25
10
The Zookeeper's Wife
 $3,3$3,3-
A colocação das maiores bilheterias do ano de 2017 (valores em milhões de dólares)
Pos.
Filme
Distribuição
Renda
mundial
1
A Bela e A Fera
Disney
$ 876,3
2
Logan 
Fox 
$ 585,4 
3
Kong: A Ilha da Caveira 
Warner Bros 
$ 477,3
4
50 Tons Mais Escuros 
Universal 
378,6
5
Triplo X 
Paramount 
$ 346,3
6
 A Grande Muralha
Universal 
$ 330,6
7
 Your Name. 
FUN
$ 307
8
Resident Evil: O Capítulo Final 
SGem
$ 312,2
9
Lego Batman
Warner Bros.
$ 297,3
10
 Fragmentado
Universal
$ 269,9

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