23/10/2016

Um número impressionante de escritores tentam dar uma visão diferente ao contexto de suas histórias nos quadrinhos ao pensar: "Sim, isso seria a plataforma perfeita para falar sobre minhas idéias políticas."  Aqui estão algumas de suas tentativas mais imprudentes ...E no fim, uma maneira legal de como contextualizar bem um fato político.

# 4. Superman Ignora Poluição para permitir continuação do modo de vida americano



Em "Superman: no Chão" pelo escritor J.M. Straczynski e o desenhista brasileiro Eddy Barrows, o Homem de Aço decide atravessar os EUA inteiro a pé para lidar com os reais problemas das pessoas que vivem no país. Numa dessas 'andanças',  Superman é contatado por Lois Lane, que neste arco de história aparentemente está disfarçada de stripper e começou verdadeiro contrabando de melões em uma camisa da Lara Croft.
DC Comics
"Hey! Você está olhando estanhamento para os meus peitos enquanto falo com você!"
Mas falando sério, Lois revela que a fábrica, onde Superman apagou um incêndio químico gigante, não atualizaram suas medidas de segurança, não dando a mínima ao meio ambiente local.

Superman usa sua visão de raio-X para confirmar como verdadeira a história. No entanto, os trabalhadores da fábrica lhe diz para não expor as condições da fábrica, já que é o único grande fornecedor de empregos para a cidade.

Superman faz um reflexão rápida sobre o que fazer e decide que é um comércio justo se a área circundante torna-se um terreno baldio químico em uma década, desde que a fábrica ainda continue sendo capaz de empregar e assassinar seus trabalhadores de um modo mais lentamente. Porque, mais uma vez, esta é a mesma fábrica que ele acabou de salvar os trabalhadores de queimar até a morte dentro de cerca de 10 minutos atrás.
DC Comics
Mas Lois ainda planeja expor a fábrica, e Superman, sendo o campeão auto-proclamado modo de vida americano, nunca iria ficar no caminho de um jornalista tentando imprimir a verdade.
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# 3. Ditadores e assassinos choram pelas vítimas do Ataque Terrorista de 11 de setembro 

Marvel Comics
Mesmo os tributos mais bem-intencionados podem sair pela culatra. Homem-Aranha fez um tributo ao "11 de setembro", o que é compreensível - Nova York é parte intríseca de suas histórias.
Marvel Comics
No entanto, parte do problema foi inserir certos personagens da Marvel, como Doutor Destino?!
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E ainda diversos outros assassinos em massa da Marvel, como: Fanático, Magneto, poderíamos dar um desconto ao Rei do Crime, já que muitos de seus inflitrados possam ter ficado no meio dos escombros. Só que vê-los ajudar a recuperar as pessoas do atentado? Ainda mais Magneto, um terrorista auto-proclamado cuja motivação toda é matar seres humanos normais para preservar sua própria espécie.
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O artista Romitinha defendeu esta cena, explicando que era apenas para ser simbólica, mas sim existe uma abundância de vilões da Marvel simpatizantes que poderiam deixar de lado suas motivações mesquinhas para ajudar. Mas eles escolheram três personagens com a maior contagem de assassinatos do que al-Qaida. E eles estão chorando por pessoas que normalmente seriam consideradas danos colaterais aceitáveis ​​num café da manhã.
Marvel Comics

# 2. Anarquia, o vilão anarquista do Batman

DC Comics
Na tradição maluca dos Bat-vilões dos anos 60 vem Anarquia, o personagem cujo superpoderes é fazer monólogos vazios sobre anarquia, algo feito de uma maneira totalmente rasa pelo autor da história, no caso Alan Grant. 
DC Comics
Anarquia era um jovem de 12 anos que aprofundou-se tanto em estudar filosofia que colocou uma roupa vermelha e um chapéu de bruxa e decidiu lutar contra o crime da maneira anarquista, o que realmente não deu certo e ele acabou se tornando um criminoso. Além disso, ele usava um “estendedor de pescoço” para parecer mais velho, e uma máscara de ouro para tornar-se ridículo. 
DC Comics
Eventualmente, Batman descobre a verdadeira identidade deste moderno Robin Hood: um pré-adolescente ingênuo chamado Lonnie Machlin. Batman o despeja no reformatório.

Depois, Anarquia escreve seu próprio livro, provando que más decisões são atemporais. Depois do livro ter sido inevitavelmente cancelado, ele passou algum tempo na obscuridade, antes de voltar a lutar contra o Robin como “The Moneyspider”. 


# 1. Um "Quase Batman" para ser usado como propaganda antissemita

Legendary Comics
Imagine que você é a DC Comics e um dia Frank Miller, o cara que redefiniu Batman nos anos 80 com Cavaleiro das Trevas, que lhe deu uma porrada de dinheiro com outras séries como Sin City e 300, lhe oferece para escrever um nova graphic Novel do  Batman. Seria difícil dizer não, né? Há um pequeno problema, entretanto: A história em quadrinhos seria chamado de "Holy Terror, Batman!" E veríamos o protetor de Gotham violentamente assassinando muçulmanos por 100 páginas seguidas. Você ri. Frank Miller, não.
Isso é sério e aconteceu em 2011, Miller queria que Holy Terror fosse um especial do Batman, mas DC pulou fora, assim Miller adaptou a história para ser estrelado por um Batman genérico chamado de Fixer.
Legendary Comics
A coisa toda é uma bizarrice total, incoerente ao levar ao nível de absurdo o conceito de perseguição pela sua etnia e escolha religiosa.
Legendary Comics
Legendary Comics
Temos certeza de que Miller está tentando nos convencer de alguma coisa aqui, mas tudo que você encontra nessa revista são conceitos fascistas.

# MENÇÃO HONROSA: Capitão América luta contra o supervilão Nixon 

Marvel Comics
Capitão América é um personagem perfeito para falar de questões políticas, porque, bem, ele foi criado como propaganda política em primeiro lugar. Ele começou dando um soco na cara de Hitler. Ele recebeu o seu escudo de Franklin Roosevelt. Ele apertou a mão de Bill Clinton. Ele observou Richard Nixon cometer suicídio na frente dele, depois de se revelar um supervilão... Hã como assim?!
Marvel Comics
Em um enredo que aconteceu para coincidir com a renúncia de Nixon sobre o escândalo Watergate, o Capitão América luta contra um grupo de bandidos chamado de Império Secreto que estavam tentando assumir os EUA por meio de bombas nucleares. Em Captain America #175, o Bandeiroso derrota o Império Secreto em Washington, mas seu líder, Number One, consegue se esgueirar e se esconder na Casa Branca.
Marvel Comics
Capitão América persegue o vilão para o Salão Oval, onde ele se revela ser na verdade alguém de alta patente, para não dizer a palavra: o presidente dos Estados Unidos. O herói vê o Presidente tirar a máscara e se suicidar. Embora não seja mostrado o rosto do presidente, a alusão a Richard Nixon como metáfora é muito forte. 


Uma curiosidade quanto ao Falcão, que participou dessa saga, que finalmente ganhou suas asas artificiais que lhe permite voar. Até então, o Falcão não voava como estamos acostumados a vê-lo nos dias de hoje. Isso mudou com a tecnologia criada pelo Pantera Negra, com o herói ganhando suas asas na edição 170. 

Como desdobramento principal da Saga do Império Secreto, Steve Rogers ficou mais cínico em relação ao seu próprio patriotismo, ressaltando a luta por ideal e não por um governo. Isso se refletiu no fato do personagem abandonar temporariamente a identidade de Capitão América e tornou-se o Nômade. 

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